ATA DA VIGÉSIMA QUINTA SESSÃO SOLENE DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NOVA LEGISLATURA, EM 14.06.1988.

 

 

Aos quatorze dias do mês de junho do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Quinta Sessão Solene da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita a Profª. Vera Lia Fortini Cavalheiro, concedido através do Projeto de Resolução nº 34/87 (proc. n° 2109/87). Às dezessete horas e vinte e três minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Frederico Barbosa, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Célio Marques Fernandes, ex-Prefeito de Porto Alegre; Sr.ª Mila Cauduro, Presidente da Academia Literária Feminina e representante da Ação da Mulher Trabalhista do PDT; Profª. Vera Lia Fortini Cavalheiro, Homenageada; Dr. Amaro Cavalheiro, esposo da Homenageada; Verª. Gladis Mantelli, 1ª Secretária da Casa. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Raul Casa, em nome das Bancadas do PFL e PL, falou de sua alegria por participar desta Sessão, destacando ser a presente homenagem o reconhecimento da Cidade a quem tanto tem colaborado com a nossa comunidade. Lembrou a figura do Sr. Archimedes Fortini, avô da Homenageada. O Ver. Flávio Coulon, em nome da Bancada do PMDB, discorreu sobre a personalidade da Profª. Vera Lia Fortini Cavalheiro, que consegue transmitir tanta força e alegria aos que com ela convivem, comentando a juventude de S.Sa., na Cidade de Garibaldi, e ressaltando a presença, em sua vida, do Dr. Armando Cavalheiro, esposo da Homenageada. E a Verª. Teresinha Irigaray, como proponente da Sessão e em nome das Bancadas de PDT e do PDS, teceu comentários acerca da presença da mulher dentro da sociedade atual, salientando a força da Profª. Vera Lia Fortini Cavalheiro, em sua busca de um lugar mais justo para a mulher brasileira. A seguir, o Sr. Presidente convidou as Vereadoras Teresinha Irigaray e Gladis Mantelli a procederem à entrega, respectivamente, do Diploma de Cidadã Emérita e do Troféu “Frade de Pedra” a Profª. Vera Lia Fortini Cavalheiro, e concedeu a palavra a S.Sa., que agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente registrou a presença, no Plenário, do Dep. Germano Bonow, convidando S. Exa. a fazer parte da Mesa. Em continuidade, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e onze minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Frederico Barbosa e secretariados pela Verª. Gladis Mantelli. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver. Raul Casa, que falará pelas Bancadas do PFL e PL.

 

O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais componentes da Mesa, há ocasiões extremamente gratificantes nesta Casa na nossa atividade de homens públicos e este é um desses momentos. Quando recebemos a honrosa incumbência de saudar quem se fez merecedor do reconhecimento e da gratidão da nossa Cidade. A magnífica proposta da ilustre Verª Teresinha Irigaray encontrou neste Plenário a ressonância para, em nome da Cidade, se homenagear uma ilustre dama cuja vida a enobrece e dignifica a nossa sociedade. O carinho que Vera Lia, seu esposo, o Amaro, amigo de todos nós, granjeiam com sua família, é reconhecido por todos aqueles que tem o privilégio de conviver com este casal. Casal que tem o fascinante e permanente desafio de tornar, pelo seu exemplo, por sua luta, o mundo um pouco melhor. Este é o registro da nossa cidade de quem é arauto esta Câmara Municipal. A vida de Vera Lia tem sido um exemplo de dedicação a nobres causas. E nós, pessoalmente, conhecemos o seu trabalho a frente das cidadãs de Porto Alegre. Sua liderança é uma liderança espontânea, natural. O grande ensinamento que nos dá é a sua maneira de ser. Vera Lia, receba o nosso melhor agradecimento por tudo que tens feito por Porto Alegre, por todos nós; a ti, ao Amaro; ao teu filho, José Amaro; a Eliana; ao Rodrigo; ao Dr. Rui e a Dona Dora.

Nós também gostaríamos de registrar o exemplo que vem de teu avô, o nosso querido e eterno Jornalista Archimedes Fortini.

De nada vale uma vida se ela não nos trouxer, Vera Lia, um ensinamento. Por isto, talvez, traído pela emoção de quem tem o privilégio de conviver contigo, com tua família, de saber o quanto, ainda tens para oferecer a esta Cidade, é que te digo: muito obrigado Vera Lia pela demonstração de fé em ti; de fé nas coisas que fazes, na crença e na convicção que desenvolves em tuas atividades.

Falo em nome de minha Bancada, o PFL, um PFL altivo, muito diferente dos PFLs que andam por aí; falo em nome do Líder do Partido Liberal, meu amigo, meu irmão, Ver. Jorge Goularte. Sinto-me honrado em poder-te saudar, estou invejoso da Ver.ª Teresinha Irigaray, mas, tenha a certeza, tanto eu quanto a minha família sempre teremos em ti e no Amaro um exemplo da dignidade e da verdadeira grandeza humana. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Flávio Coulon, que falará pelo PMDB.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, Vera Lia Fortini Cavalheiro significa, para mim, dois sentimentos: saudades e festa.

Saudades dos tempos de menino e adolescente vividos em Garibaldi, saudades do casarão sírio dos meus avós, saudades de meus familiares, saudades do arroio Marrecão, saudades das uvas e dos figos roubados, saudades das batidas do relógio da igreja-matriz, saudades das festas de Páscoa, São João, São Pedro, Natal, saudades dos colonos e colonas que povoam minhas lembranças chegando com seus cavalos e suas roupas de brins escuros riscados e com seu linguajar típico, saudades enfim, (E quem não as tem?) daqueles tempos que não voltam mais e que faziam pessoas que também quase não se repetem mais.

Festa, festa didática, festa de cultura, festa social, festa benemerente, festa de charme e simpatia, festa de trabalho; enfim, de alegria de viver e de se doar que se inicia sempre que a Vera Lia passa por algum lugar.

Assim é que, dentro desse quadro, a bondade de vocês, seus amigos e admiradores aqui presentes, vai me permitir que, muito mais falando com o coração do que com a razão, já que a Vera Lia faz parte das minhas carinhosas recordações de Garibaldi, eu lhe faça uma saudação nostálgica-festiva.

Meu avô André foi um imigrante sírio que se estabeleceu em Garibaldi no princípio desse século. Teve 8 filhos e mais de uma centena de netos. Desses, cerca de 20 pertencem a uma faixa etária mais ou menos igual a minha. Por conhecê-los muito bem e por ser um deles, posso lhes contar um segredo familiar: nenhum deles, deixou na adolescência, mais ou menos secretamente, de curtir uma paixonite aguda por uma das duas filhas do Dr. Fortini: a Vera Lia e a Bilia, as duas moças mais bonitas da época, em Garibaldi e região italiana.

Para que alguém não fique com ciúmes, esclareço: a minha paixonite foi pela Bilia já que, evidentemente, do alto da beleza, da elegância e do charme que sempre ostentou desde o berço, a Vera Lia não iria se dignar a olhar para um pirralho feioso como eu...

Essas paixonites eram incentivadas pelos meus avós André e Zarife, por minhas tias, especialmente Rachide e Teresa e por minha mãe Maria que, imbuídas de uma amizade carinhosa e fraterna por Dona Dora e de uma quase veneração pelo Dr. Ruy, nunca entenderam como é que nós podíamos ser tão pouco inteligentes em deixar passar aquelas duas pérolas por nossas vidas, sem arrebatá-las.

Ao evocar esses segredos familiares, Vera Lia, além de te distinguir, quero aproveitar para te cumprimentar pela tua sorte e tua inteligência em não ter “dado bola” para nenhum dos Koff’s: certamente nenhum deles chegaria aos pés, complementaria tão perfeitamente tua pessoa, te daria 3 filhos tão admiráveis (Juca, Liliana e Rodrigo) como o teu José Amaro Cavalheiro Filho, co-merecedor desta homenagem de hoje.

Por que aqui estamos para homenagear Vera Lia Fortini Cavalheiro?

É evidente que cada um de nós tem a sua motivação especial.

A minha é porque, além do carinho com que vejo a Vera Lia, enxergo muito claramente uma de suas grandes qualidades: a de, em qualquer uma de suas múltiplas atividades - magistério, profissional, social etc. – sempre procurar imprimir o seu toque particular de benemerência, de bem comum, de ajuda aos necessitados.

Onde quer que tenha estado ou esteja – Sociedade dos Amigos de Torres, Pão dos Pobres, Igreja São Manuel, Associação Porto-Alegrense das Cidadãs etc., etc., é certo que Vera Lia deixou e deixa sua marca de preocupação com o social, de doação às causas dos humildes, de compreensão do seu verdadeiro papel de mulher brasileira comprometida com a realidade sócio-econômica da cidade e do país onde vive.

Onde começa esse toque mágico de benemerência que caracteriza Vera Lia Fortini Cavalheiro?

Novamente tenho que ativar reminiscências.

Certamente ela começa com sua avó, Dona Maria Cristofoletti Hugo, e com seu avô, o inesquecível Jornalista Archimedes Fortini, ambos sempre lembrados e reverenciados por sua dedicação à elevação dos indivíduos e à causa pública.

Convergem esses valores humanísticos nas figuras de Dona Dora Hugo Fortini e do Dr. Ruy Fortini, individualidades quase que soldadas uma na outra, mas especialmente soldadas no carinho com que sempre são evocadas na sociedade garibaldina, onde tem um lugar assegurado na história da cidade pela simpatia e doação com que serviram aquela sociedade. Aliás, duvido que haja alguém, naquela cidade e arredores, que possa dizer que sua família não deve pelo menos um favor ao Dr. Ruy Fortini!

Desabrocham todos esses valores humanísticos, com toda sua intensidade, na figura da Vera Lia que, ao longo de sua vida pública tem mostrado à sociedade que é digna continuadora desse passado de forte amor ao próximo.

E isso, para mim, nesses dias de violência, de desamor, de insegurança, de frustrações, de tristezas, é um valor que precisa ser cantado e homenageado para que pessoas como a Vera Lia não percam as ilusões, os encantos, o estímulo para prosseguir nas suas atividades de busca do bem-comum.

Essa é a minha razão para estar aqui homenageando a nossa nova Cidadã Emérita de Porto Alegre.

Querida Vera Lia, o bom senso impõe que eu encerre essas minhas semi-anárquicas reminiscências saudativas que poderiam ir longe, mas, certamente, prejudicariam esta festa.

A cidade de Porto Alegre está feliz e honrada em te incluir entre seus cidadãos eméritos nessa hora de lusco-fusco crepuscular de um dia outonal, quando o manto frio se deita sobre o nosso pampa e os porto-alegrenses voltam para casa para se aquecerem em torno de suas fogueiras familiares.

Mais felizes e honrados estamos nós, teus amigos aqui presentes, reunidos em torno de ti, se aquecendo no calor do teu humanismo, de teu sorriso, de tua simpatia e da tua sempre presente e irradiante alegria de viver. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra à Verª Teresinha Irigaray, que falará pelas Bancadas do PDT e do PDS.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, demais presentes, querida homenageada, na história da comunidade, todas as formas sociais articuladas, quer por instituições, grupos, ou por amigos, tentam exprimir posicionamentos, maneiras de agir, maneiras de sentir, maneiras de lutar, e, principalmente, maneiras de viver. Luta de homens, luta de mulheres, que por seu trabalho incessante lutam por seus espaços físicos, por seus espaços sociais, por seus espaços profissionais e por seus espaços políticos. Não é uma luta fácil, é uma luta, realmente, muito árdua, é uma luta difícil. Muitas vezes, e na grande maioria, cheia de dificuldades, semeadas de incompreensões, de falta de apoio, de desestimulo. E na sociedade atual, nesta sociedade que nós todas participamos, o lugar da mulher, sua maneira de ser, sua luta frente ao mundo, frente a sua profissão, a sua luta frente à maternidade, frente ao lar e frente ao grupo social a que pertence, ainda é muito difícil e a impedem, muitas vezes, a um desenvolvimento pleno. E confiem nessa mulher, muitos aspectos de vida de dimensão acanhada, para aquela sua dinamização, para a sua produção e para o seu talento. Hoje, nesta homenagem, nesta tarde, nós encontramos fora de tudo isto que eu aqui afirmei. Encontramos uma mulher que vive dentro de uma sociedade participativa, e esta mulher compete. Esta mulher que, como muitas outras, expõe as suas idéias, sangra suas mãos, luta por direitos adquiridos e assegurados, mas que, muitas vezes, não são concedidos. Aquelas mulheres que abrem um caminho difícil, um caminho fantástico, dentro de um mundo discriminatório, dentro de um mundo marginalizado, mas que, em muitas vezes, é uma luta extremamente fascinante. Nesta tarde, nós homenageamos uma mulher que procura, que busca, que enfrenta, a uma mulher que, com as suas qualidades, com seu brilhantismo, com sua qualificação profissional, busca o lugar da mulher. Nossa homenageada é a Vera Lia. É a filha da D. Dora e do Dr. Rui, a neta do nosso querido e saudoso Jornalista Arquimedes Fortini, mas também é a Presidente da Associação Porto-Alegrense de Cidadãs, e ela sabe, como ninguém, conduzir o seu grupo com dedicação, com amor, com carinho, na conquista de uma sociedade menos discriminativa, mais social, mais amena e mais democrática. Sua palavra de luta, a palavra de luta de Vera Lia Cavalheiro é a participação. A sua ordem às suas lideradas é a atuação, atuação dentro de uma comunidade. E eu sei que Porto Alegre, neste exato momento – como já disse o meu amigo Flávio Coulon – neste entardecer de dia outonal, onde o sol já se pôs dentro das águas do nosso querido Rio Guaíba, e onde o manto da noite já cobre os lares porto-alegrenses, eu sei que nós e Porto Alegre, nesta hora, estamos mais orgulhosos por termos Vera Lia como sua Cidadã Emérita, e de sabermos que ela vai pertencer às suas ruas, às suas praças, aos seus monumentos, às suas passagens, ao seu casario, aos nossos jardins. A Vera Lia é nossa cidadã de Porto Alegre. E é aquela cidadã que tudo faz, que luta muito, na sua tentativa de tornar a mulher mais consciente dentro do contexto social de opressão que, muitas vezes, nos obriga a lutar e a sair às ruas para expor as nossas idéias. Vera Lia tem a sua ação e tem a noção global da fraternidade. Sua atuação no campo social e comunitário de Porto Alegre é reconhecida por todos os seus amigos e amigas. Esta Casa está lotada, Vera Lia, por aqueles que te admiram. Ela está lotada, minha cidadã, por aqueles que te homenageiam. Ela está lotada, Vera Lia, por todos aqueles homens e mulheres que têm respeito pelo teu trabalho. Ela está lotada, cheia, impregnada pelo calor humano, por este calor que vem do teu trabalho, da tua fraternidade, do teu amor na condução dos teus objetivos. Vera Lia Fortini Cavalheiro, minha amiga, minha cidadã, tu és um potencial de vida, um potencial de vida atuante, um potencial de vida valorizado, que nós conhecemos, que nós respeitamos, porque tens uma força de gigante, tens uma força de condução, tens uma força de abrir o caminho, o caminho às mulheres, o caminho às tuas cidadãs. Vera Lia, mulher combativa, Vera Lia, mulher inteligente, Vera Lia, mulher profissional competente da sua época, uma cidadã respeitável, que sabe se impor dentro de uma sociedade que ainda não é o espaço total da mulher. Porém, nossa homenageada, com a sua força, com a sua predestinação social, histórica e comunitária, coloca sua atuação em focos brilhantes, que se derramam pela Cidade e a faz destaque. E, com isto, conquista a admiração, conquista o respeito dos seus concidadãos. Nossa homenagem, nesta hora, nesta Casa do Povo que, por unanimidade, te aprovou, Vera Lia – todos os partidos, todos os segmentos políticos e sociais aqui representados aprovaram teu nome por unanimidade – nossa homenagem a ti, minha amiga, nossa amiga, minha contemporânea de lutas e realizações. Nosso respeito, nosso carinho e nossa homenagem a ti, Cidadã Emérita, pela tua luta, pelo teu sucesso, pelo teu amor que hoje a Cidade te respeita e coloca a teus pés neste Título. Hoje Porto Alegre te concede o Título de Cidadã Emérita. Parabéns a nossa querida homenageada, parabéns, Cidadã Emérita. Por Porto Alegre, por todas nós aqui que nesta homenagem e nesta tarde queremos traduzir toda admiração e carinho que sentimos por tua obra e participação. Que Deus te ilumine e saiba te conduzir e tenhas sempre a mente lúcida, o pulso firme nos teus objetivos e aspirações e, ao lado do Amaro e junto com tua família, que saibas te impor nesta sociedade em que tu estás, te transformando e traduzindo seus objetivos na concessão deste Título. Parabéns, Vera Lia, nosso abraço e de todos teus amigos e da Casa do Povo à mais nova Cidadã Emérita da Cidade de Porto Alegre. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convido a todos para, em pé, assistirem à entrega do Título de Cidadã Emérita à Sra. Vera Lia Fortini Cavalheiro, através da autora da proposição, Verª Teresinha Irigaray.

 

A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Neste momento tenho a honra e a satisfação de conceder a esta grande mulher, Vera Lia Fortini Cavalheiro, o Título que esta Casa do Povo lhe confere, de Cidadã Emérita.

 

(É feita a entrega do Título. Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Câmara Municipal de Porto Alegre criou para que seja entregue a toda pessoa de destaque em nossa Cidade o Troféu Frade de Pedra, que traduz o apreço da população de Porto Alegre a todas pessoas que de alguma forma prestam serviços à comunidade. Historicamente traduz a hospitalidade rio-grandense, uma vez que representa o símbolo da fraternidade e boas-vindas. Convido a Verª Gladis Mantelli, 1ª Secretária desta Casa, para entregar o Troféu Frade de Pedra à homenageada Vera Lia Fortini Cavalheiro.

 

(A Sra. 1ª Secretária procede à entrega do Troféu à homenageada. Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos, a seguir, a palavra a nossa homenageada, Profª. Vera Lia Fortini Cavalheiro.

 

A SRA. VERA LIA FORTINI CAVALHEIRO: Ver. Frederico Barbosa, 1º Vice-Presidente, no exercício da Presidência dos Trabalhos; Dr. Célio Marques Fernandes, ex-Prefeito de Porto Alegre, nosso sempre Prefeito de Porto Alegre; minha queridíssima Mila Cauduro, Presidente da Academia Literária Feminina e representando a Ação da Mulher Trabalhista do PDT (a Mila, em todas as ocasiões importantes da minha vida, sempre esteve comigo – muito obrigada); Verª Gladis Mantelli, nossa amiga, companheira, 1ª Secretária da Câmara Municipal de Porto Alegre; queridíssima Verª Teresinha Irigaray, proponente deste Título que acabo de receber; Ver. Flávio Coulon, que tão carinhosamente me saudou; Ver. Raul Casa, que da mesma forma me disse palavras tão lindas, que não sou merecedora de tanto; meu marido, meu pai, minha mãe, meus filhos, meus amigos, minhas amigas, cidadãs, companheiros; a emoção é enorme, foi bom que fiz o discurso.

Eu reparto este Título com todas as pessoas, com todos os seres. Eu agradeço, em primeiro lugar, a Deus por ter nascido; por ter nascido de uma forma tão maravilhosa. Eu agradeço a Santo Antônio pela proteção, porque tudo o que fiz e faço na minha vida, eu sempre invoco Sto. Antônio. Ele está aqui comigo. Eu agradeço a meus pais por todo o carinho, toda dedicação que tiveram comigo. Gente, eu tirei a loteria. Eu graças a Deus tive pais maravilhosos, uma família maravilhosa. Agradeço a meus filhos por serem o que são e como são; pelo amor que nos une e pelo ambiente de amizade que existe em nossa família. Eu agradeço ao meu esposo, o Amaro, companheiro de todas as ocasiões pelo apoio, pela compreensão, pela camaradagem. Eu agradeço aos meus amigos e minhas amigas, os que aqui estão e que sempre estiveram juntos comigo. Eu agradeço aos meus colegas de trabalho com quem muito labutamos pela educação e cultura de nosso Estado. Eu agradeço às minhas companheiras do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher que unidas lutamos tanto para que sejam realmente um Conselho de direito e de fato, como também pelos direitos da mulher a que este Conselho se propõe. E eu agradeço, de modo muito especial também às queridas cidadãs da nossa Associação Porto-Alegrense de Cidadãs que são a causa e a conseqüência do sucesso das nossas promoções e co-responsáveis também por esta minha homenagem; em especial, quero agradecer às nossas queridas ex-presidentes que tanto fizeram por nossa associação e à diretoria, incansáveis companheiras de trabalho. Agradeço a meus familiares a quem por sangue e amizade estamos sempre unidos, em especial a um familiar que não está aqui, a meu avô, ausente, porque a vida já levou. Faria 100 anos o ano passado, e que me precedeu a exatamente 30 anos atrás nesta mesma titulação. Archimedes Fortini sempre foi, para mim, um exemplo a ser seguido. Eu agradeço à imprensa, que sempre prestigiou e divulgou todos os trabalhos a que me propus; eu agradeço aos Vereadores desta Casa, de modo muito especial aos que me saudaram; eu agradeço ao Dr. Raul Casa pelas palavras lindas que proferiu; eu agradeço ao Dr. Flávio Coulon pelo carinho das palavras que me disse, eu disse a ele que achava que ia chorar, tive que fazer esforço; eu agradeço a todos os Vereadores aqui presentes e a todos que me concederam o título, muito obrigada pela unanimidade; à Verª Gladis Mantelli, ao Ver. Frederico Barbosa e aos demais Vereadores. E à nossa querida Teresinha: amiga, muito obrigada; cidadã, muito obrigada; Vereadora, muito obrigada; autora da proposta do título que acabo de receber, responsável direta por um dos dias mais felizes da minha vida, muito obrigada. A todas as autoridades que prestigiaram com sua presença, tornando esta ocasião ainda mais importante, muito obrigada. Eu prometo continuar lutando pelos meus ideais com a ajuda de todos vocês. Que as diferenças sócio-econômicas não sejam tão alarmantes, nós podemos fazer alguma coisa; que possamos sempre ajudar os necessitados, quer com conforto e com a palavra amiga, quer com campanhas de recursos financeiros. Que a educação, que a gente tanto batalhou, que a cultura, a que tanto nos dedicamos e que o lazer, possam ser um direito de toda a pessoa. Que a mulher seja real e verdadeiramente amiga da mulher e companheira em todas as suas reivindicações. Eu prometo continuar de coração aberto a todos os meus amigos e amigas, porque acho que o bem-querer é o mais importante.

Estou feliz. É um dos dias mais felizes da minha vida. Estou feliz por tudo que tem acontecido comigo até hoje. Estou feliz por ter todos vocês aqui. Estou feliz por esta homenagem.

Que honra Dep. Germano Bonow! Muito obrigada pela sua presença!

Gente, que juntos continuemos sempre. Acredito que juntos podemos fazer ainda muito. Que Santo Antônio nos proteja sempre! E que Deus nos abençoe! Muito, muito e muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Meus Senhores e minhas Senhoras, ao final desta Sessão a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre gostaria de cumprimentar, publicamente, a autora da proposição, a Vereadora Teresinha Irigaray.

Certamente cumprimos mais uma das obrigações desta Casa, que é além do debate público e permanente dos anseios, dos desejos, das aspirações, das necessidades da população de Porto Alegre, também aquela que nos permite captar, que nos permite escolher entre os mais variados segmentos sociais da nossa Cidade, do nosso Estado, pessoas que merecem o reconhecimento da população de Porto Alegre.

Neste sentido, nosso cumprimento, a escolha inteligente da Vereadora Teresinha Irigaray.

E agradecer, também, a presença honrosa de todos os Senhores e de todas as Senhoras. Como disse a autora da proposição, a noite já chegou e neste final de tarde, certamente, com o frio e o tempo que faz nesta cidade, a presença dos senhores e das senhoras nesta Casa, nos dão imensa satisfação e atestam o nosso cumprimento do dever, e também, como disse, da escolha de um nome importante, que atua nos mais variados setores da nossa sociedade para receber o título de Cidadã Emérita, como é o caso, da Cidadã – me antecipei – da também vinculada atuação pública, porque a Professora Vera Lia Cavalheiro, certamente, presta um serviço relevante a esta Cidade e à sociedade porto-alegrense. Portanto, agradecemos novamente, a presença de todos e muito especialmente a presença de seus familiares, pais, filhos, do Dr. Amaro Cavalheiro, seu esposo, a presença do ex-Vereador, ex-Presidente desta Casa, ex-Prefeito de Porto Alegre, e que muito nos honra, Dr. Célio Marques Fernandes, acompanhado de Dona Maria; a presença de Dona Mila Cauduro; a presença do Dep. Germano Bonow, que chegou a tempo para saudar a nossa homenageada e sua amiga, enfim, de todos os senhores e de todas as senhoras. Certamente, sem este Plenário, assim como está agora, nós não teríamos o sucesso que a Casa do Povo de Porto Alegre desejava realizar neste momento, ou seja, trazer os amigos e amigas de Vera Lia Cavalheiro para podermos juntos comemorar este Título que foi entregue através da proposição da Verª Teresinha Irigaray. Muito obrigado pela presença de todos os senhores e de todas as senhoras.

Estão levantados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão, às 18h11min.)

 

* * * * *